domingo, 29 de maio de 2016

ENSINAR COM AMOR



Há de se considerar que são necessárias habilidade e sabedoria para envolver e seduzir nossos alunos no processo de aprendizagem nos tempos atuais, frente à grande oferta de sedutoras informações apresentadas a todo o momento via redes sociais e outros meios de comunicação.
Fazer uma abordagem de forma a despertar o interesse pela busca do conhecimento é com toda certeza desafiador. Tarefa essa que requer dedicação e comprometimento, não apenas daqueles que transmitem o saber, mas também daqueles que o recebem.
Frente a todas essas questões, a tarefa de transmitir conhecimento requer não apenas habilidade, sabedoria, e comprometimento, mas também amor. Não apenas, mas também. É seqüestro da subjetividade cada vez que, no processo educacional, as crianças são submetidas à pedagogia do medo e o aprendizado torna-se um fardo, deixa de ser um desejo (PADRE FÁBIO DE MELO, 2009). Vale ressaltar que não apenas as crianças são submetidas a essa pedagogia do medo, mas também os jovens; assim como os educadores ou qualquer outro ser humano que participe desse processo.
E por que o medo? Bem, por parte daqueles que o transmitem, deve-se também e não apenas; por conta do despreparo, desmotivação, ansiedades e falta de referências, típicas do mundo contemporâneo. Por parte dos alunos, deve-se provavelmente pela exigência em acertar sempre; exigência essa tão cobrada por nossa sociedade, roubando-lhes muitas das vezes sua subjetividade, isto é, seu caráter, suas qualidades, sua singularidade O medo limita e aprisiona. Intimida. O medo no processo da aprendizagem se mostra através da insegurança, da falta de imaginação, de iniciativa, de autonomia, de criatividade, de envolvimento e dentre outros, falta de interesse.
É preciso tomar consciência de que uma mudança na forma em como encarar e como lidar com a educação se faz urgente e primordial para que de fato uma mudança ocorra. A mudança consiste em procurar novos caminhos, remodelar, inovar, desmontar, remontar, se entregar, se comprometer, dar-se trabalho, resignificar e acima de tudo amar. Amar o que se faz, fazer com amor. Amar o que se aprende, aprender com amor. Precisamos estreitar o relacionamento com nossos alunos para melhor os conhecê-los e assim diagnosticar suas reais necessidades no processo educacional. Sem superficialidades, mas com qualidade.
                Sejamos antes de tudo, seres humanos. Que não tenhamos medo de ser amorosos, que amemos as pessoas e o mundo, pois quem ama as pessoas e o mundo briga por uma sociedade onde não há espaço para a pedagogia do medo, mas sim uma educação inclusiva, a pedagogia do amor. Uma pedagogia que não se acomoda, que se renova, que envolve, que se compromete e que olha além do aparente.
                A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se por fora da procura, fora da boniteza e da alegria (PAULO FREIRE).
Andréa Pinheiro Bonfante

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