quinta-feira, 14 de julho de 2016

SOBRE O COMEÇO DA VIDA E A APRENDIZAGEM

SOBRE O COMEÇO DA VIDA E A APRENDIZAGEM


O documentário “O Começo da Vida” mostra claramente que a aprendizagem está em todo lugar, e que pesquisas comprovam que antes mesmo do nascimento, ainda no ventre materno, essa criança, de alguma forma já inicia a construção de sua própria história.
Essa criança demanda dessa mãe e do grupo ao qual já faz parte, aconchego, cuidados e investimento para que nasça e sobreviva. Esses cuidados iniciais a tiram do desamparo e a enche de significantes, dizendo a ela o que é isto ou aquilo e quem ela é, dando-lhe entendimento de sua própria existência. E é apenas por isso e graças a isso que um bebê humano é capaz de sobreviver. Por conta desse investimento ele se torna ativo na construção dos seus saberes, construindo-os e reconstruindo-os a partir de experiências constantes e diárias que precisam ser motivadas, onde aquele que o cuida, seja quem for, apresente-o ao mundo, lance-o ao desejo de saber, que o permita mergulhar nas investigações tão necessárias ao processo de aprendizagem.
Os filhos não são objeto de nosso próprio Gozo, precisamos delegar a eles a oportunidade de se inserirem no mundo ao qual vivem, fazendo parte dele, permitindo que se tornem independentes, que consigam e saibam se expressar através de seus próprios olhares, que façam suas próprias leituras do mundo e sobre o mundo, sem serem tolidos ou assujeitados ao desejo e perspectiva do outro, mas sim secretariados pelos adultos que os cercam ou trocando experiências com outros de sua idade.
Entretanto para que isso aconteça é necessário investimento, respeito ao tempo de cada um e as suas subjetividades, compreendendo que nossos filhos devem ser constantemente estimulados a seguirem e se inserirem no processo de aprendizagem.



Andréa Pinheiro Bonfante

*Psicanalista / Psicopedagoga- ABPp:1271-RJ
*Mestranda em Psicanálise Saúde e Sociedade
*Diretora de Mobilização Distrital do Sindicato
dos Psicopedagogos do Brasil- CRPp:816

quinta-feira, 23 de junho de 2016

PROJETO "MAIS LINGUAGEM"


O Projeto “Mais Linguagem” foi criado e desenvolvido pela profissional Andréa Pinheiro BonfantePsicopedagoga Clínica e Psicanalista Infanto juvenil a partir da observação das dificuldades de linguagem de um de seus pacientes no “setting”.

Através de “contações” de histórias de minha própria autoria e de outras diversas, pude despertar nessa criança a curiosidade que motiva a aprendizagem e o desejo de manifestar sua criatividade desenvolvendo suas próprias narrativas.

Ao contar sua própria história, a criança fala muito de si, organiza suas ideias numa linguagem sequenciada e clara proporcionada e motivada pela fantasia. Sua percepção de mundo, suas fobias, seus valores, frustrações, estrutura familiar e muitos outros fatores que poderão ser observados e elaborados por ela própria dando vasão a uma infinidade de emoções que são para ela, muitas das vezes difíceis de serem compreendidas.

Todo aprendizado perpassa pela linguagem, portanto dar condições para que essa criança consiga se fazer compreender, lhe propiciará um olhar mais apurado a respeito de leituras e interpretações as quais ela irá se confrontar, sejam quais forem as temáticas e disciplinas.

Por Andréa Pinheiro Bonfante
(24)99316-8982 whatsapp 
(24)2452-4478 consultório

VIDA PLENA CONSULTÓRIOS- Rua Durval Cúrzio, 70- Bairro de Fátima - Valença


segunda-feira, 13 de junho de 2016

VESTIBULANDOS: COMO OBTER SUCESSO NOS ESTUDOS?


Sem dúvida alguma, esse é um questionamento feito por grande parte de nossos vestibulandos em potencial. Responder a essa pergunta, talvez seja descobrir a chave certa para o sucesso.
Em primeira instância, o aluno deve conscientizar-se de que para estudar é preciso querer, é preciso desejar adquirir conhecimentos. Partindo desse princípio, o passo seguinte deve ser a pré-disposição em se criar novos hábitos além de decidir por prioridades tais que irão ajudar esse aluno a alcançar esses objetivos.
Vejamos então quais seriam esses requisitos básicos:
-Criar uma rotina de estudo.
-Estabelecer um tempo e gradativamente ir aumentando a quantidade de horas dedicadas ao estudo.
-Nada de celular, redes sociais, televisão ligada e/ ou qualquer outra coisa que lhe disperse a atenção.
-Estipule um horário de intervalo pequeno para ir ao banheiro e para um rápido lanche. Paradinhas a toda hora para “beliscar” algo e as “idas” ao banheiro podem ser um boicote inconsciente para a prática de estudo.
-Abster-se de compromissos sociais durante a semana. Deixe seu momento de lazer para os finais de semana.
-Escolha suas amizades. Aquele suposto “amigo” que lhe convida a todo o momento a interromper sua rotina com convites indevidos e inapropriados pode lhe tirar o foco e fazer com que você se desvirtue do seu objetivo sem você se dar conta. Fique atento!
-Procure saber exatamente quais os conteúdos programáticos a serem estudados pra não perder tempo com aquilo que não será abordado em suas provas. Aqui se aplica a prática de tempo é estudo.
-Procure usar cores diferentes usando canetas que destaquem informações que julgar importantes. Faça anotações e resumos.
-Alimente-se bem, durma bem, mas lembre-se que qualidade de sono nem sempre se traduz em horas prolongadas desse sono. Coloque seu relógio ou celular para despertar e não se entregue à preguiça.
-Planeje sua agenda e se organize com antecedência para que os imprevistos não sirvam de desculpa para uma interferência em sua rotina. Ao final do dia veja se conseguiu cumprir tudo aquilo a que se propôs.
-Não atribua a seus familiares responsabilidades que são única e exclusivamente suas.
-Procure se manter  tranquilo, sem estresses.  Nada de estudar na véspera das provas. Seu cérebro precisa descansar. Não é se desesperando que você vai conseguir  se preparar, muito menos alcançar melhores resultados. Perto de suas provas, procure fazer algo que lhe dê prazer e te relaxe. O que você não aprendeu em meses estudando, não será aprendido em um ou dois dias.
Lembre-se que os tópicos acima são apenas algumas regras básicas que merecem destaque para uma rotina de estudo. Suas decisões de agora decidirão o seu futuro. Vale a pena se dedicar. Saia de sua zona de conforto e se esforce ao máximo. Nada na vida é conquistado sem sacrifícios e dedicação. Lute pelos seus sonhos. Nada mais gratificante do que conseguir realizar seus sonhos depois de uma boa batalha. Nossas conquistas, das mais simples às mais elaboradas, nos movem a nos tornarmos seres humanos melhores e realizados.
Escrito por: Andréa Pinheiro Bonfante - Psicopedagoga e Psicanalista- (ABPp 1271) 

Psicopedagoga Clínica e Institucional, Psicanalista de crianças, jovens e adultos, Professora de Letras (Português/ Inglês e Literaturas); Palestrante de Questões Educacionais e Comportamentais aplicadas ao contexto escolar e Relacionamentos Familiares, Sócia proprietária da Clínica Vida Plena Consultórios.
Formação: Graduada em Letras (Português/ Inglês e Literaturas) pela Universidade de Nova Iguaçu-RJ; Pós- graduada em Psicopedagogia pela Universidade Estácio de Sá; Tradutora e Intérprete da Língua Inglesa com curso de especialização em estilística, Pós graduanda em teoria Psicanalítica na Universidade Veiga de Almeida.

Telefones para agendamentos:

(24) 2452-4478 (Vida Plena - Consultórios de Psicologia, Psicanálise e Psicopedagogia Clínica);
(24) 99316-8982 (claro - whatsapp);
(24) 98823-8472 (oi)

quarta-feira, 1 de junho de 2016

AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS DE HOWARD GARDNER


VOCÊ SABIA?


Que o cientista norte-americano Howard Gardner ,formado em psicologia e neurologia, revolucionou a educação com sua teoria das inteligências múltiplas no início dos anos 80. Até a década de 80 usava-se o teste de Q.I (quociente de inteligência) que havia sido criado no início do século 20 pelo psicólogo francês Alfred Binet (1857-19110) a pedido do ministro de educação da França para quantificar a inteligência e que era pautado no raciocínio lógico-matemático. Acreditava-se que o aprendizado de símbolos e raciocínios seria a melhor forma de avaliar a capacidade cognitiva das criança, visto sua complexidade frente ao uso das palavras, destacando alunos mais e menos inteligentes.

As inteligências são:



*Cinestésica ou Corporal – grande capacidade de utilizar o corpo para se expressar ou em atividades artísticas e esportivas. Um campeão de ginástica olímpica ou um dançarino famoso, com certeza, possuem esta inteligência bem desenvolvida.
PROFISSÕES: atletas, ator, mecânico, construtor, carpinteiro.


*Espacial– habilidade na interpretação e reconhecimento de fenômenos que envolvem movimentos e posicionamento de objetos. Um jogador de futebol habilidoso possui esta inteligência, pois consegue facilmente observar, analisar e atuar com relação ao movimento da bola.
PROFISSÕES: artistas plásticos, designers, engenheiros, arquitetos.


· Interpessoal – facilidade em estabelecer relacionamentos com outras pessoas. Indivíduos com esta inteligência conseguem facilmente identificar a personalidade das outras pessoas. Costumam ser ótimos líderes e atuam com facilidade em trabalhos em equipe.
PROFISSÕES: político, gestor, assistente social, diplomata.


* Intrapessoal – pessoas com esta inteligência possuem a capacidade de se autoconhecerem, tomando atitudes capazes de melhorar a vida com base nestes conhecimentos.
PROFISSÕES: filósofo, psicólogo, teólogo, escritor.


*Linguística – capacidade elevada de utilizar a língua para comunicação e expressão. Os indivíduos com esta inteligência desenvolvida são ótimos oradores e comunicadores, além de possuírem grande capacidade de aprendizado de idiomas.
PROFISSÕES: escritor, advogado, político, professor, filósofo.


*Lógica ou Lógico-matemática- voltada para conclusões baseadas em dados numéricos e na razão. As pessoas com esta inteligência possuem facilidade em explicar as coisas utilizando-se de fórmulas e números. Costumam fazer contas de cabeça rapidamente.
PROFISSÕES: cientistas, matemáticos, físicos, economistas.


*Musical – inteligência voltada para a interpretação e produção de sons com a utilização de instrumentos musicais.
PROFISSÕES: compositores, cantores, maestros.

*Naturalista – voltada para a análise e compreensão dos fenômenos da natureza (físicos, climáticos, astronômicos, químicos). Só foi desenvolvida por Gardner por volta de 1996 na sua ampliação da listagem inicial.
PROFISSÕES: exploradores, cientistas, zoólogos, biólogos de campo, agricultores, ambientalistas.

por Andréa Pinheiro Bonfante - Psicopedagoga e Psicanalista

Quer aprofundar a respeito do assunto? 
Testes de inteligências múltiplas e orientação profissional em meu consultório.
Agende seu horário:
(24)2452-4478 / 99316-8982 whatsapp
Vida Plena Consultórios- Rua Durval Cúrzio, 70- Bairro de Fátima- Valença-RJ
andreapinheiroprof@hotmail.com

segunda-feira, 30 de maio de 2016

VIDA PLENA CONSULTÓRIOS DE PSICOLOGIA, PSICANÁLISE E PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA




Profissionais: Andréa Pinheiro (Psicopedagoga e Psicanalista)
(24)99316-8982 whatsapp
Charles José (Psicólogo e Psicanalista)
(24)99273-4478 whatsapp


- Tratamentos psicológicos para jovens, adultos e terceira idade;
- Psicanálise Infantojuvenil;
- Orientação de estudos;
- Orientação vocacional;
- Transtornos de aprendizagem(TDAH, dislexia, disgrafia, disortografia, discalculia);
-Dificuldades de aprendizagem;
-Adaptações curriculares;
-Fobias infantis;
-Inibição intelectual;
-Psicomotricidade;
-Supervisão acadêmica (pedagogia , psicopedagogia, psicologia-área de aprendizagem e psicanálise);
-Estacionamento privativo;
-Acessibilidade para cadeirantes


*Descontos de 20% para associados Líder Plan, Vale Plan, Plan Minas
*Agende seu horário pelos celulares dos profissionais acima ou pelo telefone da clínica que retornaremos seu contato


domingo, 29 de maio de 2016

ENSINAR COM AMOR



Há de se considerar que são necessárias habilidade e sabedoria para envolver e seduzir nossos alunos no processo de aprendizagem nos tempos atuais, frente à grande oferta de sedutoras informações apresentadas a todo o momento via redes sociais e outros meios de comunicação.
Fazer uma abordagem de forma a despertar o interesse pela busca do conhecimento é com toda certeza desafiador. Tarefa essa que requer dedicação e comprometimento, não apenas daqueles que transmitem o saber, mas também daqueles que o recebem.
Frente a todas essas questões, a tarefa de transmitir conhecimento requer não apenas habilidade, sabedoria, e comprometimento, mas também amor. Não apenas, mas também. É seqüestro da subjetividade cada vez que, no processo educacional, as crianças são submetidas à pedagogia do medo e o aprendizado torna-se um fardo, deixa de ser um desejo (PADRE FÁBIO DE MELO, 2009). Vale ressaltar que não apenas as crianças são submetidas a essa pedagogia do medo, mas também os jovens; assim como os educadores ou qualquer outro ser humano que participe desse processo.
E por que o medo? Bem, por parte daqueles que o transmitem, deve-se também e não apenas; por conta do despreparo, desmotivação, ansiedades e falta de referências, típicas do mundo contemporâneo. Por parte dos alunos, deve-se provavelmente pela exigência em acertar sempre; exigência essa tão cobrada por nossa sociedade, roubando-lhes muitas das vezes sua subjetividade, isto é, seu caráter, suas qualidades, sua singularidade O medo limita e aprisiona. Intimida. O medo no processo da aprendizagem se mostra através da insegurança, da falta de imaginação, de iniciativa, de autonomia, de criatividade, de envolvimento e dentre outros, falta de interesse.
É preciso tomar consciência de que uma mudança na forma em como encarar e como lidar com a educação se faz urgente e primordial para que de fato uma mudança ocorra. A mudança consiste em procurar novos caminhos, remodelar, inovar, desmontar, remontar, se entregar, se comprometer, dar-se trabalho, resignificar e acima de tudo amar. Amar o que se faz, fazer com amor. Amar o que se aprende, aprender com amor. Precisamos estreitar o relacionamento com nossos alunos para melhor os conhecê-los e assim diagnosticar suas reais necessidades no processo educacional. Sem superficialidades, mas com qualidade.
                Sejamos antes de tudo, seres humanos. Que não tenhamos medo de ser amorosos, que amemos as pessoas e o mundo, pois quem ama as pessoas e o mundo briga por uma sociedade onde não há espaço para a pedagogia do medo, mas sim uma educação inclusiva, a pedagogia do amor. Uma pedagogia que não se acomoda, que se renova, que envolve, que se compromete e que olha além do aparente.
                A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se por fora da procura, fora da boniteza e da alegria (PAULO FREIRE).
Andréa Pinheiro Bonfante

sábado, 28 de maio de 2016

ROTULAÇÃO E MEDICALIZAÇÃO ABUSIVA DE NOSSAS CRIANÇAS



 “O disciplinamento médico na sociedade higienista passa pela fabricação de crianças, futuros homens rijos que, desde a mais tenra idade, devem ser acompanhados por médicos para que um dia estejam prontos para oferecer docilmente suas vidas ao país”*.

Há na sociedade contemporânea uma necessidade desastrosa em definir e rotular o que não se pode nem ser definido nem tampouco rotulado; a subjetividade de nossas crianças. Numa sociedade imediatista onde nada pode ser deixado para depois, não se pode perder tempo observando, esperando, permitindo ou ao menos deixando ser; de jeito algum, há de ser definido agora, não esperado, não observado, não se permitindo e muito menos se deixando ser.
Curioso observar que o que mais ouvimos da sociedade de uma forma geral é o quanto se preocupam com o futuro de nossa geração. Será mesmo? O que desejamos de fato para nossas crianças? Será que estamos comprometidos nessa missão de orientá-las ou apenas fingindo que nos importamos? Será que já paramos para ouvir o que de fato eles desejam ou os colocamos numa posição assujeitada aos nossos valores morais e financeiros? Fica aqui o questionamento.
 Esse modelo nos remete à posição da criança da Época Medieval onde era vista como um adulto miniatura, sem ser ouvida, sendo desrespeitada na sua condição de sujeito, como sabiamente diz a psicóloga, psicanalista, mestre em pesquisa e clínica em psicanálise Terezinha Costa. Nessa época ela era vista como um pequeno adulto, sem características que o diferenciassem, e desconsiderada como alguém merecedor de cuidados especiais, relacionando-se muito mais com a comunidade do que com os próprios pais. E não é disso que se trata? Num discurso arraigado de prepará-los para o sucesso, acabamos por formar robores “zumbificados”, onde aquele que questiona, reclama, não aceita ou pensa fora do senso comum logo é rotulado de hiperativo, com transtornos, mal educado,  e tantas outras definições que possam vir a ser convenientes. E nesse caso, o que fazer? Que providência tomar? Medicar é lógico. Só que não. Não é disso que se trata, como diz nosso sábio Psicanalista Jacques Lacan.
“Hoje já podemos falar em aprendizagem sem necessariamente pensar num modelo único e puramente de transmissão de saber. Existem diversos modelos e uma vasta forma de trabalhar a educação, claro que umas que possibilitam mais autonomia e outras que ainda prendem o sujeito numa alienação, que o impede de ver o mundo com seus próprios olhos”. (JACQUES LACAN)¹
Há várias vertentes sobre essa questão, e o que também não podemos deixar de abordar é o quanto estamos comprometendo toda uma geração, impedindo-as de sonharem, de idealizarem, de se constituírem enquanto sujeitos. A situação é tão grave que inspirou a pediatra Maria Aparecida Affonso Moysés, professora titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, a fazer uma declaração bombástica: “A gente corre o risco de fazer um genocídio do futuro”, disse ela em entrevista ao Portal Unicamp. “Quem está sendo medicado são as crianças questionadoras, que não se submetem facilmente às regras, e aquelas que sonham, têm fantasias, utopias e que ‘viajam’. Com isso, o que está se abortando? São os questionamentos e as utopias. Só vivemos hoje num mundo diferente de mil  anos atrás porque muita gente questionou, sonhou e lutou por um mundo diferente e pelas utopias. Estamos dificultando, senão impedindo, a construção de futuros diferentes e mundos diferentes. E isso é terrível”, diz ela².
Charles José da Silva, Psicólogo Clínico, Psicanalista, Pós graduando em Teoria e Clínica Psicanalítica, diz em seu artigo Medicalização do Sofrimento e a Dor Existencial Humana “[...] medicalizaram-se as crianças, por apresentarem rebeldias que, até bem pouco tempo tratávamos como ‘coisas de crianças’ e que hoje demos o status de “doença”. Estamos tornando nossas crianças e suas infâncias doentes”³.
Posso comprovar o que se diz acima todos os dias em minha clínica, onde atendendo crianças com demandas das mais diversas, sendo de aprendizagem ou emocionais, tanto na vertente Psicopedagógica ou Psicanalítica ,defronto-me com familiares contaminados com o olhar do outro (escola, educadores, amigos, parentes, profissionais diversos) numa busca inalcançável de perfeição de conduta dessas crianças que desejam ser ouvidas e que na grande maioria das vezes os problemas que apresentam são da ordem do emocional. É preciso investigar a causa e não apenas voltar os olhares para os sintomas, afinal de contas é essa a proposta da prática Psicopedagógica.
* Artigo: Da higiene mental à higiene química: contribuições para um comportamento entre a criança tomada como objeto pelo higienismo e como sujeito de sua verdade pela psicanálise, 1989, página 179.
Escrito por: Andréa Pinheiro Bonfante
Psicopedagoga Clínica e Institucional, Psicanalista de crianças, jovens e adultos, Professora de Letras (Português/ Inglês e Literaturas); Palestrante de Questões Educacionais e Comportamentais aplicadas ao contexto escolar e Relacionamentos Familiares, Sócia proprietária da Clínica Vida Plena Consultórios.
Formação: Graduada em Letras (Português/ Inglês e Literaturas) pela Universidade de Nova Iguaçu-RJ; Pós- graduada em Psicopedagogia pela Universidade Estácio de Sá; Tradutora e Intérprete da Língua Inglesa com curso de especialização em estilística, Pós graduanda em teoria Psicanalítica na Universidade Veiga de Almeida.

Referências:
COSTA, Terezinha. Psicanálise com crianças / Terezinha Costa. – Rio de Janeiro: Zahar, 2007