Psicanalista Mestre e Doutoranda em Psicanálise

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

A DOR DE NÃO EXISTIR


A DOR DE  NÃO EXISTIR 


Acredito que para muitas pessoas talvez seja difícil identificar que no meio aos escombros haja um ser humano nessa figura. Sim, se prestarmos bem atenção conseguimos enxergar uma pessoa sucumbida ao peso das pedras e abafada meio ao pó que envolve seu corpo, já quase sem vida. Ali, silenciosamente inerte, jaz uma  jovem mulher que sucumbiu ao sofrimento, ao desamparo e ao abandono, talvez esperando que alguém a resgate. E poderia ser qualquer um, homem, jovem, criança, idoso, enfim.
A observação é profunda mas verdadeira. Quais de nós não conheceu ou até mesmo já não esteve completamente sequestrado pelos desencontros da vida e a dor de se sentir “não existindo”, aguardando silenciosamente que alguém nos RESGATASSE? Deixamos de ser sujeitos e nos tornamos meramente sobreviventes do dia a dia completamente assujeitados as demandas do outro, as exigências da vida , aos desencontros, as perdas, as exigências dos parceiros e dos filhos,  ao “não dá”, hoje “não posso”, etc, etc e etc, e aos poucos morremos em vida, não nos sobra nada, nos perdemos, nos abandonamos, enfim……”deixamos de existir” em meio aos escombros que permitimos se derramarem sobre nós.
A dor ao perceber esse “soterramento” é enorme, porque justamente nos confronta com o “Real”, que na Psicanálise não quer dizer realidade, mas sim aquilo que não podemos nomear, algo da ordem do horror.
Diante da constatação desse auto-abandono, dessa “dor de não existir”, ou sucumbimos ou então reagimos mesmo que com um leve e quase imperceptível grito de socorro. É importante entender que para não perecer é necessário tomar uma posição em prol de si mesmo. Buscar ajuda, dar o primeiro passo na direção contrária do mais do mesmo que nos levou àquela condição de auto-abandono. Por que para muitos é tão difícil buscar ajuda? Por que não admitir que nem sempre não possamos dar conta sozinhos? Nenhuma vitima de soterramento teria sobrevivido se não fosse o simples gesto de uma mão estendida. Permita-se resgatar a si próprio.
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Andréa Pinheiro Bonfante
*Psicanalista / Psicopedagoga- ABPp:1271-RJ
*Mestranda em Psicanálise Saúde e Sociedade
*Diretora de Mobilização Distrital do Sindicato
dos Psicopedagogos do Brasil- CRPp:816

*Sócia e Diretora do Espaço Multidisciplinar Vida Plena- Valença-RJ


Agendamentos com Andréa Pinheiro em Valença:
(24) 2452-4478 ou (24) 99316-8982 (whatsapp) 

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