A Arte como ferramenta de trabalho na Psicanálise
e na Psicopedagogia
por Andréa Pinheiro
Desenho feito por uma paciente
A arte pode propiciar ao psicanalista e/ou
psicopedagogo detectar possíveis problemas que interfiram não apenas no
processo de aprendizagem como também na psicodinâmica dessa criança ou jovem,
que formas mais comuns de análise, como a fala e a escrita não consigam identificar.
O paciente ou aluno que se sente alienado no discurso incapacitante, em
entender-se dono de sua própria subjetividade, encontra então na arte uma forma
libertadora e expressiva de se comunicar colocando-o diante de si próprio, possibilitando
esse sujeito a entrar em sintonia necessária com suas questões de forma a
ativar o seu imaginário. Ao ativar o seu imaginário, liberta-se e mostra-se sem
sentir-se culpado ou até mesmo envergonhado em falar de seus conflitos. O que
antes não podia ser dito, através da fala ou da escrita, toma forma através da
arte, tornando possível ao profissional que o acompanha identificar possíveis
problemas que o esteja impedindo de caminhar no seu processo de aprendizagem
e/ou na sua vida emocional.
Agrega-se a isso todo o clima de descontração que
uma abordagem artística, ou até mesmo o convite para um simples desenho possa propiciar
dentro do “setting” ou sala de aula abrindo possibilidades de que aquele
sujeito possa falar sobre si.
Um simples desenho, feito por uma
criança ou jovem pode nos contar de suas fantasias, seu momento emocional e
inclusive pode esclarecer situações familiares que até então estavam guardadas
em sigilo absoluto, visto o constrangimento e dor que aquela simples recordação
possa lhe acometer. Esses registros podem também nos dar notícias de inúmeras
outras questões que a palavra não consiga dizer.
Na psicanálise e na psicopedagogia, o
trabalho com linhas, formas, cores e texturas pode propiciar aos alunos e / ou pacientes
a capacidade de criar uma simbologia plástica para expressar seus sentimentos e
sua visão de mundo. O apoio oferecido pela arte no atendimento psicanalítico
e/ou psicopedagógico, segundo Urritigaray, pode possibilitar atividades
preventivas tanto no que concerne à aprendizagem como fatores psicoemocionais. O
trabalho com materiais plásticos oferece
ao indivíduo a possibilidade de criação
de uma nova forma a partir do original. Em última instância, a arte seja na escola ou em um consultório permite a
ação mental ou a elaboração com intuito de extrair a emoção que se encontra
oculta no paciente e/ ou aluno.
Dar voz ao que não pode ser dito ou ao
que não se consiga dizer é basicamente o trabalho que um analista ou
psicopedagogo promove com seu paciente para fazer emergir ali o sujeito, e
parafraseando o psicanalista Jacques Lacan “[...]penso onde não sou, logo sou
onde não penso”. A livre expressão da arte abre portas para essas
possibilidades.
Por
Andréa Pinheiro Bonfante- Psicanalista e Psicopedagoga- Mestre em Psicanálise-Docente do Instituto IBRAPCHS-Diretora do Espaço Vida Plena em Valença-RJ
Atendimentos:
(24)99316-8982 whatsapp (24)2452-4478
Espaço Vida Plena- Av. Nilo Peçanha, 222-sobre loja 01-sala 101- Reiking Shopping- Valença-RJ
Referências bibliográficas
SANTOS, S. M. P. As artes plásticas na
Educação: um breve histórico. In: In: In: In: Educação, Arte e Jogo.
Petrópolis: Vozes, 2006. 11-46.
Dissertativas
AVALIAÇÃO DISSERTATIVA DE ARTE_
PSICOPEDAGOGIA